quinta-feira, 24 de junho de 2010

ALEX DIAS RIBEIRO - MEU PRIMEIRO ÍDOLO NO AUTOMOBILISMO


Um dos meus primeiros ídolos no automobilismo foi, sem dúvidas, o Alex Dias Ribeiro, pois acompanhei toda a carreira dele desde o início até ele chegar à Fórmula 1.

No começo, descobri a paixão pela velocidade e motores brabos ainda em Goiânia, quando um amigo do meu pai que tinha um jipe Candango aparecia por lá onde morávamos e dava cavalos de pau em plena rua. Aí, eu fiquei mal acostumado e, toda vez que ele aparecia por lá, pedia para ele dar um repeteco. Este senhor era parente do Waldir Lomazzi, o famoso Bepe preparador de motores bem conhecido aqui em Brasília.

Assim, quando me mudei para Brasília em 1966, a paixão aflorou ainda mais, pois descobri um monte de oficinas que ficavam na Asa Norte e, quando se aproximavam os Mil Quilômetros de Brasília, em abril, eu e uns amigos já começávamos a subir a Asa Norte a pé, lá da 716 até a 702 norte, em frente à concessionária volkswagem Disbrave.

Uma dessas oficinas que ficamos frequentadores assíduos, era a Camber, que ficava nos fundos daquela quadra, pois íamos para lá ver os mecânicos mexerem no Patinho Feio e o Alex treinava ali mesmo, em plena W3 Norte com todo o movimento diário de trânsito.

Algumas vezes ajudei a empurrar e até a encerar o Patinho Feio, pois era literalmente apaixonado pelo protótipo e torcia por ele nas diversas provas em que ele participava. Mas não me lembro de tê-lo visto ganhando alguma prova, eis que sempre havia algum problema e o carrinho acabava por não concluir as provas que eu assisti.

Largada possivelmente das 200 milhas de Brasilia

Depois, fiquei sabendo que a Camber havia se mudado para a Quadra 503 sul e eu sempre rumava para lá para ver os carros que eram preparados, mas, agora, numa oficina muito bem estruturada e com uma revenda Yamaha.

Alex e namorada em frente a Camber na 503 sul.

E a gente ficava lá tentando conseguir um chaveirinho personalizado da Camber ou mesmo, um adesivo que era colocado nos vidros dos carros que a oficina preparava. Quem tinha um adesivo da Camber em seu carro, era respeitado, como o proprietário de um carro brabão.

O chaveirinho que era desejado pela juventude brasiliense da época

Depois, quando o Alex foi correr em outras categorias, a carroceria do Patinho Feio ficou abandonada ao relento nos fundos de uma oficina na W3 Norte quada 713.

Durante muito tempo, eu ia lá e ficava namorando o carrinho, tentando imaginar uma forma de pegá-lo e levá-lo para casa, já que, no meu pensamento, ele estava jogado fora. Imagens das corridas do Patinho Feio povoaram o meu imaginário naqueles momentos e eu fazia viagens no tempo e ouvia o roncar dele fazendo o bacião da rodoviária, passando pelo paredão depois dos boxes, descendo o início do Eixão Norte e fazendo a tesourinha à direita, até sumir pegando o rumo da W3 Norte.

Patinho feio contornando o Bacião da Rodoviária

Depois, ele desapareceu de lá, e eu fiquei sabendo muitos anos depois que o Piquet o pegou, encurtou a distância entre eixos, colocou rodas com maiores polegadas e tornou-se campeão brasiliense de automobilismo.

Patinho Feio largando ao lado do Avalone

Esta é uma pequena homenagem que faço a um dos meus primeiros ídolos do automobilismo e que somente agora tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, por ocasião da festa dos 50 anos da Caseb.

A familia reunida, Daniel, Barbara, Alex, Carol e Luna


(fotos, reprodução)

2 comentários:

  1. Parabéns Jovino!!!

    Realmente digno de elogio o resgate que você vem fazendo em prol da memória do automobilismo brasiliense!!!
    Faltava você para esse resgate...
    Estarei fazendo o lançamento, a nível municipal, do Lorena GT-L, aqui em Saquarema amanhã...
    Mandarei fotos e vídeos do Encontro de Carros Antigos de Saquarema.

    Forte abraço,

    Luiz Fernando Lapagesse

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  2. Obrigado Fernandinho,
    Manda o material que eu posto aqui ou lá no site do Puma clube de Brasilia. Traga o Lorena para Brasilia que estamos esperando.
    Abs.
    Jovino

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